INVESTIMENTO

Verba do PAC garantida

O ministro Fernando Bezerra e o diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, observam a restauração do Flora Brasiliensis. Dnocs é um dos poucos locais a ter a obra completa

FOTO: ALEX COSTA

No Ceará, parte dos R$ 2 bilhões, destinados ao Semi-Árido, serão utilizados nas barragens de Figueiredo e TaquaraFortaleza. Um total de R$ 2 bilhões estão garantidos para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1 e PAC 2), a serem executadas pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) este ano para toda a região do Semiárido.

A notícia foi dada pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, em visita realizada ontem. Segundo o ministro, a parte da verba que cabe ao Ceará será investida nas barragens de Figueiredo e Taquara. O objetivo da visita foi discutir um plano de trabalho para o Dnocs.

Em entrevista coletiva, o ministro admitiu que as obras de transposição do Rio São Francisco não estavam no ritmo ideal. "Estamos numa fase de revisão de contratos, mas esperamos retomar todas as frentes de trabalho a partir de maio". Na visita, estava previsto o sobrevoo do Perímetro Irrigado de Tabuleiro de Russas e a barragem de Figueiredo, em Alto Santo.

Com relação aos R$ 4 milhões a serem investidos na cidade do Crato, prejudicada pela enchente do canal do Rio Granjeiro em janeiro passado, o ministro enfatizou que o dinheiro já foi repassado para o Governo do Estado.

Em Fortaleza, o ministro conheceu algumas das novas instalações da sede do Dnocs, com destaque para a biblioteca, onde foram apresentados alguns volumes do Flora Brasiliensis restaurados. A obra do século XIX, resultado de uma expedição feita pelos cientistas alemães Carl von Martius e Johann Baptiste von Spix, é o estudo mais abrangente sobre a botânica do País. O Dnocs é um dos poucos locais que possui os 40 volumes do compêndio, restaurado pelos técnicos do Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

ProtestoAlém de assessores e da direção-geral do Dnocs, o ministro foi recepcionado por um protesto de servidores em frente à sede da autarquia. Fernando Bezerra concordou em se reunir com uma comissão dos manifestantes, que entregou um documento pedindo a reestruturação do Dnocs e concurso público.

Segundo a coordenadora do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado (Sintsef), Ana Braga, é preciso recuperar o papel do Dnocs como gestor de recursos hídricos e executor de políticas de combate à desertificação, já que a atual direção tem priorizado apenas a construção de obras.

"Do que adianta a execução de obras se elas não cumprem o papel de levar água e alimentos para quem mais precisa? Atualmente, aqui no Ceará, estão construindo a segunda etapa dos perímetros irrigados do Tabuleiro de Russas e do Baixo Acaraú, sendo que as primeiras etapas produzem, em média, menos da metade do que poderiam. Hoje, temos 14 mil servidores aposentados ou pensionistas, enquanto apenas 1.800 continuam na ativa", afirma.

A sindicalista disse que o ministro se mostrou favorável a que o Dnocs assuma essa postura de gestão, e disse que a presidenta Dilma Roussef determinou que em 2011 fosse entregue os planos de reestruturação do Dnocs e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Sobre a permanência de Elias Fernandes na direção-geral do Dnocs, Fernando Bezerra disse que a decisão cabia à presidenta Dilma.

Plano de saúde
Na ocasião, também foi discutida a questão do plano de saúde dos servidores. De acordo com Ana Braga, a direção do órgão decidiu contra tar uma empresa para todos os servidores. Mas a Portaria Normativa nº 5 coloca que os servidores teriam direito a outras opções. Elias Fernandes não se manifestou durante toda a reunião.

MAIS INFORMAÇÕES
Dnocs
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http://www.dnocs.gov.br/

KAROLINE VIANAREPÓRTER

FONTE:DIARIO DO NORDESTE