Total de visualizações de página

quinta-feira, 17 de março de 2011

ACIMA DA MÉDIA NACIONAL

Economia do CE cresceu 7,9% em 2010, diz Ipece

Indústria cearense: setor avançou 9,7% no último ano. No Brasil, a expansão foi de 10,1%. No Estado, o PIB da indústria de transformação cresceu 6,9%
FOTO: KID JÚNIOR

De 2000 a 2010, o PIB do CE obteve resultado acima da média do País em oito anos, exceto em 2004,2005 e 2007
O Ceará está cerca de R$ 10 bilhões mais rico. O valor corrente do PIB (Produto Interno Bruto) a preço de mercado no Estado no ano passado é de R$ 74,9 bilhões. Em 2009, a produção de riquezas somava R$ 64,7 bilhões. Os dados são preliminares e foram divulgados ontem pelo Ipece (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará). Em 2010, o PIB do Estado a preços de mercado cresceu 7,9%, superando mais uma vez a média nacional que foi de 7,5%. A preços básicos, a taxa de crescimento do Ceará foi de 7,0%, acima da taxa brasileira, que foi 6,7%.

No último trimestre do ano passado, o crescimento do PIB no Estado desacelerou, aumentando 5,4%. No terceiro trimestre, a alta havia sido de 7,6%. No segundo, de 7,2%. Nos primeiros três meses, de 8,2%.

Na análise da década, de 2000 a 2010, o PIB do Estado apresentou resultado maior que o País em oito anos, com exceção de 2004,2005 e 2007.

Para o diretor do Ipece, Flávio Ataliba, o resultado é visto com uma certa alegria. "Em parte, estou feliz, porque houve crescimento da economia. Mas, eu ficaria mais feliz se a desigualdade de distribuição de renda também estivesse caindo".

Ele reconhece uma evolução nos índices econômicos e promete: "O Ipece vai construir uma agenda de acompanhamento dos indicadores sociais". Para Flávio Ataliba se a desigualdade social cair no Ceará acima da média nacional, o Estado estaria distribuindo sua riqueza com mais força.

Mais dinamismo

O Ipece faz outra comparação o PIB da década. Considerando de forma separada os períodos 2000-2006 e 2007-2010, verifica-se que em ambos, o Ceará cresceu a uma taxa média anual superior a do Brasil. Destaca-se o segundo período, no qual a taxa do Estado é 58% maior que a do País, contra 32% do período anterior. "Esse fato demonstra a forte aceleração que ocorreu nos últimos quatro anos", avalia Ataliba. "A economia está mais dinâmica".

De acordo com ele, o crescimento acima da média nacional decorre da base de comparação. "2009 é uma base frágil. Estava saindo da crise", lembra.

Setores

Outro motivo para este desempenho, diz Ataliba, foi o desempenho do setor de serviços, que tem a maior participação no PIB (69,3%) e também cresceu acima do País. No Estado, o segmento avançou 7,5%. No Brasil, a alta foi de 5,4%.

O setor foi impulsionado por todos os segmentos, com destaque para o comércio (que crescer 13,8%). O segundo maior resultado foi na atividade de transportes, com alta de 9,3% no anos. Outra atuação que contribuiu para o resultado dos Serviços foi em alojamento e alimentação, que aumentou 7,5% em 2010 sobre 2009, mostrando, de certa forma, a tendência verificada nas atividades ligadas ao turismo.

Na indústria, o Ceará obteve aumento de 9,7%, taxa próxima à registrada para o Brasil, de 10,1%. Já no setor agropecuário, a economia cearense registrou queda de 8,1% enquanto que o País obteve um crescimento de 6,5%.

A agropecuária apresentou declínio em todos trimestres do ano passado, sendo a maior queda verificada no terceiro período, de -13,1%. Em contrapartida, no mesmo trimestre, a indústria registrou a maior taxa (14,7%), enquanto o setor de serviços cresceu 8,1%.

No ano, a queda do PIB da agropecuária foi de 8,1%. A economista do Ipece, Eloísa Bezerra, se não fosse o resultado negativo na agropecuária, a economia cearense teria obtido um desempenho bem mais significativo. "O crescimento do PIB de 2010 teria ficado acima de 8%", calcula. De acordo com ela, a agropecuária influencia a produção de riquezas porque tem ramificações em outros setores. "Serve de insumo para as indústrias de alimentos, calçados e vestuários", explica.

Chuvas influenciam

Ataliba reconhece que as políticas de crescimento da economia devem fortalecer a agropecuária. "Há distribuição de grãos, mas ainda dependemos de São Pedro", diz. A afirmação é feita ao explicar que a produção agrícola acompanha os índices de precipitação registrados, com exceção do ano de 2009, que apontou excesso de chuva e houve queda da produção de grãos. Para o diretor do Ipece, o desafio é estabilizar a taxa de crescimento na agropecuária.



Projeção
Para 2011, os dois economistas do Ipece afirmam que o PIB do Estado deve continuar crescendo acima da média nacional. No País, a expectativa é de alta de 5,5%. No Ceará, eles ainda não projetam um percentual, mas prometem para junho.

CAROL DE CASTROREPÓRTER

FONTE:ECONOMIA DIARIO DO NORDESTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE O QUE ACHOU DO TEXTO