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domingo, 27 de março de 2011

COMERCIALIZAÇÃO DA COMMODITY

Demanda e oferta ainda equilibradas


Na avaliação dos analistas de mercado, com os recentes acontecimentos na Líbia, o mundo ainda não vivencia um descompasso entre a oferta e a demanda de petróleo. "Na verdade, há um certo equilíbrio entre a procura e a oferta. Até porque essa oferta não tem crescido e a volatilidade dos preços está alta. Qualquer aumento na demanda ou notícia de algum crescimento econômico mundial já são motivos para o valor do barril aumentar, segurando, assim, a procura", afirma o economista e mestre em planejamento estratégico, Adriano Pires.

Dados da Agência Internacional de Energia, referentes ao primeiro quarto de 2011, revelam que o volume de petróleo que é colocado no mercado global está em torno de 88,3 milhões de barris/dia, ante uma necessidade de 88,1 milhões. Mas as projeções da entidade já apontam para algo em torno de 90 milhões de barris/dia ao fim deste mês, podendo ultrapassar essa quantidade em abril.

Capacidade ociosa
O que ainda não preocupa, afirma Alexandre Szklo, professor de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, pois "oferta não significa capacidade de produção, mas o que efetivamente está sendo entregue".

"Até porque, considerando os países que fazem parte da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo), hoje, existe capacidade ociosa na produção, algo em torno de 3,5 milhões de barris/dia, concentrada basicamente na Arábia Saudita, ou seja, volume quase duas vezes a produção da Líbia, que está deixando de ser entregue ao mercado", fala.

"Mas, por outro lado, só reforça o receio de que a crise se espalhe para o mundo árabe", lembra Szklo.

Ademais, acrescenta o especialista, o Japão é hoje o terceiro maior parque de refino mundial e, com os terremotos e a catástrofe nuclear pelos quais passa, a tendência é de que haja uma retração na demanda por petróleo no curto prazo.

"Somente no longo prazo, com a reconstrução do País, é que a sua demanda poderá vir a crescer", emenda, ao comparar a oferta e a procura pelo produto ao redor do globo.

Sensibilidade ao preço
Um outro ponto a destacar a favor do volume atual de petróleo que está sendo entregue, explica Szklo, seria a resposta dos consumidores quando ocorre uma variação no preço da commodity.

"Ou seja, a elasticidade preço da demanda pelo produto. Fazendo uma simulação, se o valor do petróleo aumenta em 100, o resultado seria uma redução na procura de 10%. Por outro lado, pela ótica da oferta, que mede a reação dos produtores em relação ao seu preço, quer dizer, se valor do petróleo continuar a subir, a produção, excluindo a Opep, aumentaria em torno de 6%", avalia Alexandre Szklo.

ANCHIETA DANTAS JÚNIORRepórter

 
 
fonte;diario do nordeste

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