Roberto Mesquita afirmou que é contra a criação de uma nova contribuição para a população pagar
FOTO: ALEX COSTA
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Enquanto alguns aliados ao Governo dizem que a nova contribuição sugerida vai melhorar a saúde, outros negam
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Indústria (CNI) aponta que 72% dos brasileiros são contra a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para alguns deputados, a pesquisa faltou com a verdade, pois em nenhum momento o Governo fala no retorno da antiga Contribuição, mas sim na criação de um novo imposto para a saúde, a Contribuição Social para a Saúde (CSS).
Os defensores da CSS dizem que o imposto vai contribuir com a saúde e não é igual a CPMF. O deputado Carlomano Marques (PMDB), que levou o assunto para a tribuna da Casa, ontem, argumenta que o novo imposto vai ajudar a desatar o nó do sub-financiamento da saúde e dará a oportunidade do Ministério da Fazenda detectar quem sonega no País.
O peemedebista diz que a pesquisa foi feita pela "elite provinciana, atrasada e sem foco na sensibilidade da saúde". "A CNI é contra o imposto não por avareza, mas porque possibilitará que a Secretaria da Fazenda e a política fiscal do País detectem sonegadores com eficiência".
O deputado deixa claro que se fosse para voltar a CPMF ele também seria contrário, pois a alíquota adotada no caso da antiga Contribuição era de 0,38%, enquanto a da CSS seria de 0,1%. "Quem ganha R$ 10 mil vai contribuir com apenas R$ 10 reais", calcula Carlomano.
O deputado estadual Welington Landim (PSB) também diz ser a favor da implantação da CSS. Ele explica que só pagará o imposto o brasileiro que ganha acima de R$ 3.300,00. "Acho que 90% da população do país não chega a ganhar R$ 3 mil por mês", analisa.
Mas não são todos os parlamentares que estão de acordo com a vinda de um novo imposto. O deputado Ely Aguiar (PSDC) entende que nenhum cidadão aguenta mais a carga tributária no País, informando que o brasileiro paga 70 impostos. "Aí vem mais um imposto devido à fome famigerada de arrecadar recurso com o pretexto de salvar a saúde", criticou.
Desvio
O parlamentar aponta que, na época da criação da CPMF, o intuito era "tirar a saúde do buraco", mas na sua concepção, isso não ocorreu, pois houve desvio de finalidade. "Só em regime totalitário você trabalha para dar tudo ao Governo".
O deputado Roberto Mesquita (PV) não vê com bons olhos a CSS. Ele diz que a criação de um novo imposto vai na contramão do que Cid Gomes prega, que é a desoneração de taxas. "Não vamos criar mais imposto, não tem dado certo. É melhor aprovar a Emenda 29. Quem não garante que a CSS também não será desviada", questionou.
A Emenda 29 amplia as aplicações para a saúde, de forma escalonada, até o limite de 10% da receita da União até 2011.
FONTE:DIARIO DO NORDESTE
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