Mineirolandia Anseia Emancipação

Mineirolândia unida pela independência

Pedra Branca - Todos os integrantes da Associação do Movimento Emancipalista de Mineirolândia (Amem) não escondem a ansiedade pela independência da antiga freguesia do Couto, hoje próspero distrito situado a 18Km do Cento de Pedra Banca. Eles e outros 8,5 mil habitantes pretendem transformar o sonho de uma luta de cinco décadas em realidade.

Em breve, quem cruzar a CE-060, com destino ao litoral ou sul do Estado, vai encontrar mais uma cidade no mapa do Ceará: Mineirolândia, de povo ordeiro, hospitaleiro e batalhador, "Cidade da Amizade".

Essa proposta de emancipação começou quando o casal Manoel Mineiro e Maria do Carmo Mineiro resolveu se mudar do Sítio Mineiro para o Couto, localidade com melhor condição de sobrevivência nas épocas de seca, nos idos dos anos 1930.

Muito religiosa, Maria do Carmo pleiteou junto ao episcopado da Capital autorização para a construção de uma capela-túmulo, onde seriam depositados os restos mortais de seu esposo. Em 12 de maio de 1939, a Arquidiocese de Fortaleza concedia a criação da paróquia de São Sebastião da Pedra Branca. A autorização foi assinada por dom Antonio de Almeida Lustosa. Em torno da fé o lugarejo foi crescendo.

Hoje, Mineirolândia conta com toda a estrutura de um município. Possui escolas, agência dos correios, delegacia, posto de saúde e até dois postos de combustíveis. Também tem telefonia fixa e mesmo ainda sem torre de repetição para sinal de telefonia celular, basta escolher o local certo para as ligações.

E quando os aparelhos ficam mudos, a população pode contar com outros meios de comunicação. Um deles é a FM Educativa São Francisco, sintonizada pela frequência 94,9Mhz, mantida pela Associação Comunitária São Francisco. Há ainda a Folha de Mineirolândia e dois veículos de comunicação .

Esses veículos de comunicação serão fundamentais no movimento emancipalista. Serão utilizados para sensibilizar os 27.351 eleitores de Pedra Branca. Os trabalhos ficarão a cargo do diretor da emissora, Erinaldo Pinheiro, e sua equipe. Com o surgimento da Lei Domingos Filho - como ficou popularmente conhecida a Lei Complementar Nº 84, de 2009 -, reacendeu a esperança de conquistar a sonhada independência política.

Golpe Militar

A comunidade já havia experimentado essa expectativa no período antecedente ao Golpe Militar de 1964, explica o historiador e um dos líderes da mobilização, Raimundo Virgínio Filho ou simplesmente "Filhote".

Com a nova oportunidade, os moradores resolveram se organizar e criaram a Amem. Conforme o presidente da Associação, Rafael Fernandes, todas as correntes partidárias, religiosas e segmentos sociais de Mineirolândia se uniram com o mesmo propósito, a emancipação. Os trabalhos tiveram início há quatro anos. Dessa vez contam com um apoio muito importante, da Federação das Associações Emancipalistas do Estado do Ceará (Faec). Sem ela, seria mais difícil até encaminharem o requerimento à Assembleia Legislativa. Nem sabiam ser necessário a assinatura de, no mínimo, 100 eleitores, moradores da comunidade, na petição.

Virgínio Filho lembra ter sido esse o principal obstáculo para conquistarem o direito de transformarem Mineirolândia em Município, o número de habitantes. Segundo ele, graças a uma recente avaliação do IBGE, o Setor 18, como é conhecido um lugarejo vizinho, foi reincorporado ao distrito. Para conquistarem o status de município precisarão do apoio de 51% dos eleitores de Pedra Branca.

Agora, é convencer outros 33.509 conterrâneos a serem futuros vizinhos. Quem sabe no próximo ano poderão participar, como convidados, dos Jogos da Amizade, realizados desde 1988, e da vaquejada realizada há mais de 15 anos, sempre na última semana de julho, no Parque Regional do Vaqueiro, mantido pela tradicional família de Rafael Mineiro.



MAIS INFORMAÇÕES
Associação do Movimento Emancipalista de Mineirolândia (Amem)
(88) 3562.1030
extraido do caderno regional do Diario do Nordeste